Resumo: Às vezes nos esquecemos do quanto nós mesmos somos os heróis e de como simplesmente "a arte imita a vida", não o contrário. Este texto é para nos ajudar a lembrar disso!
A Pixar anunciou no ano passado que está trabalhando em uma sequência para o filme “Os Incríveis”, lançado no já longínquo ano de 2004. A previsão é que a sequência seja lançada em 2016 ou 2017 e o roteiro está sendo escrito por Brad Bird, o mesmo roteirista do primeiro filme e de outros sucessos como Ratatouille e o excelente Missão Impossível: Protocolo Fantasma. Mas este texto não é sobre animações ou mesmo sobre cinema. É sobre ver o que há de “Incrível” em todos nós.
Nos últimos 15 anos temos sido bombardeados por filmes sobre super-heróis. Tem pra todos os gostos: os tradicionais Batman e Super-homem, a avalanche de filmes dos X-Men, Ironman, Thor, Hulk, Vingadores e mais um monte. Em meio a tanto herói, é fácil se deixar levar e aceitar que “Os Incríveis” é mais um filme sobre super-heróis e seus super-poderes. E é aqui que você se engana!
Bem, pelo menos não mais do que eu ou você. Curiosamente, nenhuma das pessoas com quem eu comentei sobre a minha interpretação desse filme tinha percebido essa característica, e é por isso que estou fazendo este texto.
Vamos analisar um a um.
O poder do Sr. Incrível é a sua super-força, como é o caso de todos os pais! Aos olhos dos filhos, todo pai é super-forte! Pode perguntar para qualquer criança de 5 anos se o pai dela é forte. Provavelmente você vai ouvir: "Sim! Meu pai consegue me levantar com um braço só! E sabe aquela cadeira de ferro super pesada do jardim? Meu pai consegue levantar ela sozinho!!! Meu pai é super-forte!"
Essa é ainda mais fácil. Ela é a mãe da família, com marido e três filhos pequenos. O nome de super-heroína dela já informa o seu poder: elasticidade. Qual é a mãe deste mundo que não tem que ser uma mulher elástica todo santo dia???? É marido, é filho, é casa, cachorro, comida, roupa, trabalho, trânsito. Todas as mães do mundo são mulheres elásticas, esticam-se e desdobram-se para fazer de tudo e, sinceramente, eu não sei como elas dão conta! (Beijo pra minha mãe e pra minha esposa!)
Essa também não deveria ser segredo para ninguém. Ela é a adolescente da casa, está passando por aquela fase complicadíssima da vida por que todos nós passamos. Quais são seus poderes? Ela tem a capacidade de ficar invisível e de criar campos de força em volta dela. Ora, todo adolescente, em algum momento daqueles anos complicados da vida, já se perguntou se era invisível. “Por que é que ninguém me nota? Será que eu sou invisível? Eu devo ter um campo de força em volta de mim que mantém as pessoas afastadas!”. Aí está! Violeta é uma adolescente “invisível” como há tantos mundo afora. São poucas as pessoas que ela (e a maioria dos adolescentes) deixa que se aproximem de verdade dela... que ultrapassem a barreira do seu "campo de força".
Pela aparência, Flecha tem seus 8 ou 9 anos e simplesmente não consegue ficar parado. Ele corre pra um lado e para o outro, rápido como uma flecha. A mãe mal consegue ver o menino porque ele não para. A energia desse menino parece que não acaba nunca e ele vive se metendo em confusão! Parece a descrição de algum menino de 8 ou 9 anos que você conhece? Praticamente todos, não é? Só faltou ele gostar de jogar futebol e andar de bicicleta!
Por fim, você pode estar se perguntando se o bebê da família também é uma extensão de todos os bebês do mundo. E eu digo pra você que é!
Ao longo de todo o filme é dito que o bebê não tem poderes, até que, no fim, para surpresa do vilão, Zezé passa por uma série de transformações e mostra os seus poderes. Ele vira uma tocha humana e depois se transforma em algum tipo de metal bem pesado.
Qual não foi a mãe ou o pai que em algum momento tocou a cabeça do filho pequeno e disse: “ele está pegando fogo de febre!”. Por sua vez, quantos de nós já tentamos levantar um bebê do chão e grunhimos entredentes a frase: “Nossa, que peso! Parece que esse menino é feito de chumbo!”.
Pois aí está, meus amigos! No próximo ano, quando vocês estiverem levando seu filho ou filha ao cinema pela 5ª vez para assistir a “Os Incríveis 2”, sabendo que depois vocês terão que comprar o DVD, que por sua vez será assistido centenas de vezes na sua casa, lembrem-se que aqueles heróis que fazem seus filhos vibrarem de emoção, no fundo no fundo, são vocês mesmos!
Inconscientemente, seus filhos sabem que você, pai, e você, mãe, são os heróis da aventura que é a vida deles.
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